15.12.10

EIXO 9


O PEAD em minha vida foi um passo muito importante, pois meu sonho maior sempre foi fazer uma faculdade. Sem o conhecimento somos incompletos, um professor sem um diploma superior é ainda mais incompleto.

O PEAD foi uma oportunidade para que eu conseguisse uma boa formação, no tempo que eu tinha e com as facilidades de um curso a distância, que eu imaginava. Me enganei!! As facilidades foram poucas, já no início percebi que a disciplina de estudar em casa era fundamental, e eu não tinha. Lutei durante todo o curso contra este fato.

As tecnologias caíram de pára-quedas, pois eu não imaginava que iríamos trabalhar com isto. Certamente eu até hoje, não saberia o que é um Blog, um pbworks, um mapa conceitual, entre tantos outros desafios.Era como matar um leão a cada semestre...

Ao fim dos semestres de estudo, fazíamos memoriais, portfólios e apresentávamos para os colegas, os avaliávamos e éramos avaliados.

O Blog permanecia, todos os semestres junto com a gente. Eu, como sempre, com dificuldades de alimentar meu Blog, mesmo gostando muito desta ferramenta, é muito difícil habituar-se ao uso de novas formas e maneiras de manifestar nosso conhecimento, ao menos para mim, foi.

Para fazer esta postagem, li novamente meus portfólios. Através deles fica claro que o maior objetivo do curso, é melhorar a escola pública, nos melhorando.

Todas as questões são de cunho reflexivo, crítico em cima de nossa prática docente. Partindo das interdisciplinas e de assuntos atuais como o filme (Entre os muros da escola), o PEAD manteve sempre uma exigência ímpar conosco, garantindo nosso crescimento pessoal e profissional a cada semestre e fazendo com que tomássemos conhecimento disto.

Junto com o PEAD, passamos por vários momentos em nossas vidas, alegres e tristes. Com o PEAD eu inicie uma nova vida, separei-me, mudei de casa, perdi meu avô, sofri um grave acidente de automóvel, mas enfim, superei todas as adversidades!

O PEAD para mim foi sempre um desafio, muitas vezes pensei em desistir, foi difícil...


Posso dizer que com o PEAD aprendi a ter mais disciplina, perseverança, determinação, a pesquisar, buscar, refletir e principalmente documentar a minha prática, coisa que nós, professores temos bastante dificuldade em fazer. Aprendi também que para isto é preciso valorizar a nossa profissão e o nosso papel na sociedade, e isso o PEAD também contribuiu, após o PEAD, sou adepta da fé, fé em mim e na educação.

EIXO 8

A experiência do estágio foi em muitos aspectos libertadora!

Primeiramente, a questão da escrita e fundamentação teórica do projeto de estágio (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Projeto-de-Est%C3%A1gio) que aliou minha experiência profissional de 12 anos de magistério e os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

Quando iniciamos o curso do PEAD, por sua especificidade, ou seja, ser um curso de graduação destinado a professores, todos já tínhamos a experiência profissional, contudo, a muitos, faltavam as questões teóricas, as explicações e fundamentações para desenvolvermos nosso trabalho de uma maneira ou de outra.

Como trabalho com uma turma de alfabetização, acreditei em um projeto que aliasse a literatura (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Brincadeira-do-Pezico-e-Pezaco), a música (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/ Apresenta %C3% A7% C3% A3o-para-as-m%C3%A3es), e as brincadeiras infantis (http://gabrielasargentiestagio.pbworks .com/Brincadeira-da-Dona-Centop%C3%A9ia) ao universo da alfabetização propriamente dita.

O produto do projeto de estágio foi a confecção de um Livro de Músicas e Brincadeiras individuais com os alunos, contudo pude observar que um objetivo maior foi alcançado – o desenvolvimento dos alunos em seu processo de aprendizagem da leitura e escrita, autonomia para o desenvolvimento das atividades, integração e troca entre os pares. (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/SEMANA-6)

Outro aspecto importante a ser destacado diz respeito ao planejamento diário/semanal. Quando realizamos um trabalho planejado diariamente, temos condições de integrar efetivamente os conteúdos, além de conseguirmos visualizar o desenvolvimento das atividades com maior propriedade, além de percebermos, com o envolvimento dos alunos, outros assuntos que podemos trabalhar e que são de interesse/necessidade dos mesmos.

Normalmente antes da realização do estágio, havia um planejamento, contudo de maneira menos sistemática, o que não favorecia o desenvolvimento de projetos realmente densos e produtivos. (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/SEMANA-7)

Percebo também que com um enfoque no uso de novas tecnologias em sala de aula, algumas técnicas que já utilizávamos há tempos, ganham novos objetivos e geram maior estímulo ao serem integradas a diferentes tecnologias.

Um exemplo disso é a contação de histórias usando o computador (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/As-centop%C3%A9ias-e-seus-sapatinhos), a apresentação de clips musicais (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Anexo-8) e até mesmo a filmagem de encenações das crianças (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com /Brincadeira-da-Maricota) com postagens no You Tube, podem ser assistidas posteriormente a fim de serem apreciadas, comentadas pelos alunos e assim, gerarem novos trabalhos.

Realmente, o estágio foi uma experiência densa e cheia de novidades, mesmo em um processo há muito conhecido! Uma nova maneira de realizar algo que já conhecemos.

Ao reler as postagens em meu portfólio de aprendizagens (http://gabrielapead.blogspot.com/), percebo o quanto o processo de estágio foi complexo e ao mesmo tempo extremamente prazeroso.

Gostaria de destacar a postagem sobre os grupos de trabalho (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/06/o-trabalho-em-pequenos-grupos.html) onde relato como é feito o trabalho em grupo em minha turma, assim como suas implicações.

Quando agrupamos os alunos para o trabalho em pequenos grupos temos como objetivo muito mais que a simples socialização. Queremos um trabalho de cooperação efetiva, além das trocas entre pares e da construção coletiva das aprendizagens. Os alunos possuem responsabilidades dentro de um grupo, e cabe ao professor ser orientador desse processo de construção de identidade e autonomia.

Outro ponto de extrema importância em meu projeto de estagio diz respeito a integração da Literatura Infantil e da Alfabetização (http://gabrielapead.blogspot .com/2010/06/reconstruindo-o-papel-do-livro-de.html). Quando pensei na Arquitetura Pedagógica que gostaria de desenvolver durante o meu estágio, escolhi os Projetos de Ensino, visando uma integração real e efetiva dos conteúdos escolares ao interesse e prazer dos alunos e professor durante o processo de ensino-aprendizagem. E nada melhor que utilizar a Literatura Infantil como pano de fundo para esse processo. Foram inúmeras histórias em diferentes abordagens, utilizando os livros, clips, fantoches, encenações, enfim, diversas possibilidades diante de um mesmo tema. (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/05/os-dedinhos-cantores-semana-3.html).

Outra questão bastante pertinente e que permeou todo o meu planejamento diz respeito às diferenças de níveis de aprendizagem dentro da minha turma e da maneira de conseguir supera-las e fazer com que os alunos avançassem. Um grande aliado nesse sentido foi o uso de atividades diversificadas em sala de aula, respeitando os ritmos e processos individuais dos alunos. (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/05/planejamento-do-projeto-de-estagio.html)

Ao pensarmos em atividades diferenciadas podemos acreditar em um trabalho maior, sem muitos resultados, no entanto, ao acreditarmos nessa prática e a colocarmos em uso, percebemos quase instantaneamente os avanços produzidos em nossos alunos. Ao respeitarmos as etapas individuais de cada aluno, estamos demonstrando o quanto nos preocupamos com nossos alunos, em um sentido bastante integral.

O processo é contínuo e envolve mudanças constantes: de atitude, de posicionamento, de conhecimento, de prática. Envolve autocrítica, análise e avaliação constantes. É preciso repensar a prática objetiva e subjetivamente. Cada passo avançado requer consolidação e aceitação interior. Um avanço superficial, sem segurança, não é um avanço real. Ao mudar a prática sem ter absorvido intimamente as convicções e as razões para essa mudança, não suportaremos as críticas dos pais, os comentários dos colegas, nem mesmo, as perguntas dos alunos. Mudanças sem embasamento teórico e convicção pessoal geram insegurança, insatisfação e frustração.


 

EIXO 7

Os conceitos que posso destacar nesse eixo são essencialmente especificidade cultural, exclusão escolar e planejamento.

Quando pensamos em Educação de jovens e adultos ou educação de pessoas surdas ou alfabetização, devemos levar em conta as especificidades dessas modalidades de ensino.

Então, podemos perceber como nos diz Edgar Morin (2001, p. 92):

Na história, temos visto com frequência, infelizmente, que o possível se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar. Mas vimos também que o inesperado torna-se possível e se realiza; vimos com frequência que o improvável se realiza mais do que o provável; saibamos, então, esperar o inesperado e trabalhar pelo improvável.

  Afinal, quando estudamos a história da Educação dos Surdos e da própria Educação de Jovens e Adultos, podemos perceber que o improvável se realiza, afinal, há algumas décadas atrás, quem poderia imaginar que estaríamos lutando pela Inclusão real dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais? Quem poderia imaginar que lutaríamos por uma educação realmente libertadora?

E para tal caminho ser bem sucedido, devemos levar em conta a especificidade cultural dos diferentes membros de nossa comunidade escolar, o que fica muito claro através da pesquisa que realizamos na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos e que investigava justamente os elementos para um trabalho bem sucedido na Educação de Jovens e Adultos, na visão de professores que atuam nessa modalidade. (http://ejagrupo15.pbworks.com/P%C3%B4ster)

Ao pensarmos em um planejamento respeitando as diferenças e abordando assuntos do cotidiano, não podemos deixar de pensar que esse planejamento não é exclusivo da modalidade de EJA, ele é necessário a qualquer modalidade de ensino, uma vez que somente através da contextualização e da politização do ensino poderemos realizar a tão almejada mudança social.

Nesse prisma, professores e professoras tem um papel, sobretudo político e precisam problematizar a educação, buscando o porquê e o para quê do ato educativo;

No entanto, pergunta-se, até que ponto pode-se dizer que esse fazer político está presente no cotidiano escolar? Estamos problematizando as questões ou continuamos nos calando diante das injustiças? Estamos realmente contribuindo para a modificação desse cotidiano homogeneizado, seletivo e excludente?

Será que a simples defesa da inclusão e sua prática efetiva sem discussão e análise de todas suas implicações contribuem efetivamente para o fim da exclusão ou aumenta ainda mais esse aspecto? Quando inserimos um aluno com necessidades educacionais especiais em uma turma regular, estamos praticando inclusão ou estamos fazendo de conta que isso realmente acontece.

Gadotti (1998, p. 74) entende que não há uma educação tão somente reprodutora do sistema e nem uma educação tão somente transformadora desse sistema. Essas duas tendências complementam-se no plano educacional numa perspectiva dialética e conflituosa. Sendo assim:

[...] há uma contradição interna na educação, própria da sua natureza, entre a necessidade de transmissão de uma cultura existente – que é a tarefa conservadora da educação – e a necessidade de criação de uma nova cultura, sua tarefa revolucionária. O que ocorre numa sociedade dada é que uma das duas tendências é sempre dominante.

Portanto, o papel dos profissionais da educação necessita ser repensado. Esses não podem mais agir de forma neutra nessa sociedade do conflito, não podem ser ausentes apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas; não podem mais ser omissos, pois os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais, não com o intuito de inspiração ideológica de suas crenças, mas como alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e que está disposto ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber, dessa forma essencialmente buscando o fim da exclusão escolar.

Concluindo, comunga-se com as palavras de Gadotti (1998, p. 90) que alia ao papel social de professores e professoras esperança em um futuro melhor para a educação brasileira:

Ao novo educador compete refazer a educação, reinventá-la, criar as condições objetivas para que uma educação realmente democrática seja possível, criar uma alternativa pedagógica que favoreça o aparecimento de um novo tipo de pessoas, solidárias, preocupadas em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. Esse novo projeto, essa nova alternativa, não poderá ser elaborado nos gabinetes dos tecnoburocratas da educação. Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível amanhã é somente porque, hoje, ela está sendo pensada pelos educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos educadores já começou. Ela é possível e necessária.

Esperamos que nós os profissionais da educação realmente acreditássemos nessa força que Gadotti nos deposita, e desejemos realmente participar da construção de uma nova educação para um novo mundo.