16.6.10

Reconstruindo o papel do livro de histórias

Meu projeto de estágio está baseado principalmente na leitura e exploração de livros de literatura infantil.

Ler e contar histórias são atividades sempre presentes em meu trabalho enquanto professora. Enquanto lemos uma história, do interesse da criança podemos perceber como ela fica atenta e solicita que a contemos diversas vezes.

Esse encantamento pelas histórias justifica-se pelo fato de que as crianças vivenciam sentimentos e emoções passadas através das personagens. Os contos de fadas têm a peculiaridade de transportar as crianças para um universo fantástico e, assim, tratar conflitos relacionados com abandono, competitividade, insegurança, medo, etc., trazendo sempre uma solução no final. Também, através das histórias, as crianças ampliam seus conhecimentos, pois seu enredo trata formas diferentes de pensar, agir e ser.

A literatura infantil deve proporcionar à criança acesso àquilo que é significativo para ela neste estágio do desenvolvimento. Portanto, uma história deve: "estimular a imaginação, ajudá-la a desenvolver seu intelecto e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir solução para os problemas que a perturbam" (BETTELHEIM, 1979).

Estes aspectos contribuem significativamente para o desenvolvimento infantil. Entretanto, há outro aspecto a ser considerado: o desenvolvimento da linguagem e da alfabetização a partir dos livros de história.

As histórias podem ser contadas ou lidas de diversas maneiras: oralmente; através de montagem com gravuras; com teatro de bonecos; através de "cineminha",...

Contudo, se quisermos desenvolver a linguagem escrita, é necessário que utilizemos o livro de histórias, lendo-o em voz alta para as crianças. É lendo que permitiremos que as crianças identifiquem a palavra escrita e descubram que se lê nas letras e não nos desenhos, como é sua hipótese inicial. Além disso, a leitura de histórias permite que as crianças diferenciem a linguagem falada da escrita.

A leitura não é apenas um hábito ou uma técnica, mas uma construção do sujeito que aprende, envolvendo seus desejos, sua inteligência, sua cultura, etc.

Referências:

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

2 comentários:

Colégio Érico Veríssimo disse...

Olá Gabriela!
Tudo bem?

Ótima reflexão que fizeste relacionadaaos referenciais teórico que buscaste. Porém, o importante além disto é relacionar com tuas vivências do estágio (as evidências) que fazem a interrelação entre a teoria, a prática e as tuas reflexões.

Fica a dica para as próximas postagens que fará, ok?

Grande abraço,

Vanessa

Beatriz disse...

Oi Gabi, te redimistes com esse belo post. Dar chance para decidir com quem vai trabalhar é fundamental para um início exitoso de construção. Gostei de ler. espero que no próximo semestre, tenhas mais desses e menos do anterior.
Um abração
Bea