15.12.10

EIXO 9


O PEAD em minha vida foi um passo muito importante, pois meu sonho maior sempre foi fazer uma faculdade. Sem o conhecimento somos incompletos, um professor sem um diploma superior é ainda mais incompleto.

O PEAD foi uma oportunidade para que eu conseguisse uma boa formação, no tempo que eu tinha e com as facilidades de um curso a distância, que eu imaginava. Me enganei!! As facilidades foram poucas, já no início percebi que a disciplina de estudar em casa era fundamental, e eu não tinha. Lutei durante todo o curso contra este fato.

As tecnologias caíram de pára-quedas, pois eu não imaginava que iríamos trabalhar com isto. Certamente eu até hoje, não saberia o que é um Blog, um pbworks, um mapa conceitual, entre tantos outros desafios.Era como matar um leão a cada semestre...

Ao fim dos semestres de estudo, fazíamos memoriais, portfólios e apresentávamos para os colegas, os avaliávamos e éramos avaliados.

O Blog permanecia, todos os semestres junto com a gente. Eu, como sempre, com dificuldades de alimentar meu Blog, mesmo gostando muito desta ferramenta, é muito difícil habituar-se ao uso de novas formas e maneiras de manifestar nosso conhecimento, ao menos para mim, foi.

Para fazer esta postagem, li novamente meus portfólios. Através deles fica claro que o maior objetivo do curso, é melhorar a escola pública, nos melhorando.

Todas as questões são de cunho reflexivo, crítico em cima de nossa prática docente. Partindo das interdisciplinas e de assuntos atuais como o filme (Entre os muros da escola), o PEAD manteve sempre uma exigência ímpar conosco, garantindo nosso crescimento pessoal e profissional a cada semestre e fazendo com que tomássemos conhecimento disto.

Junto com o PEAD, passamos por vários momentos em nossas vidas, alegres e tristes. Com o PEAD eu inicie uma nova vida, separei-me, mudei de casa, perdi meu avô, sofri um grave acidente de automóvel, mas enfim, superei todas as adversidades!

O PEAD para mim foi sempre um desafio, muitas vezes pensei em desistir, foi difícil...


Posso dizer que com o PEAD aprendi a ter mais disciplina, perseverança, determinação, a pesquisar, buscar, refletir e principalmente documentar a minha prática, coisa que nós, professores temos bastante dificuldade em fazer. Aprendi também que para isto é preciso valorizar a nossa profissão e o nosso papel na sociedade, e isso o PEAD também contribuiu, após o PEAD, sou adepta da fé, fé em mim e na educação.

EIXO 8

A experiência do estágio foi em muitos aspectos libertadora!

Primeiramente, a questão da escrita e fundamentação teórica do projeto de estágio (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Projeto-de-Est%C3%A1gio) que aliou minha experiência profissional de 12 anos de magistério e os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

Quando iniciamos o curso do PEAD, por sua especificidade, ou seja, ser um curso de graduação destinado a professores, todos já tínhamos a experiência profissional, contudo, a muitos, faltavam as questões teóricas, as explicações e fundamentações para desenvolvermos nosso trabalho de uma maneira ou de outra.

Como trabalho com uma turma de alfabetização, acreditei em um projeto que aliasse a literatura (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Brincadeira-do-Pezico-e-Pezaco), a música (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/ Apresenta %C3% A7% C3% A3o-para-as-m%C3%A3es), e as brincadeiras infantis (http://gabrielasargentiestagio.pbworks .com/Brincadeira-da-Dona-Centop%C3%A9ia) ao universo da alfabetização propriamente dita.

O produto do projeto de estágio foi a confecção de um Livro de Músicas e Brincadeiras individuais com os alunos, contudo pude observar que um objetivo maior foi alcançado – o desenvolvimento dos alunos em seu processo de aprendizagem da leitura e escrita, autonomia para o desenvolvimento das atividades, integração e troca entre os pares. (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/SEMANA-6)

Outro aspecto importante a ser destacado diz respeito ao planejamento diário/semanal. Quando realizamos um trabalho planejado diariamente, temos condições de integrar efetivamente os conteúdos, além de conseguirmos visualizar o desenvolvimento das atividades com maior propriedade, além de percebermos, com o envolvimento dos alunos, outros assuntos que podemos trabalhar e que são de interesse/necessidade dos mesmos.

Normalmente antes da realização do estágio, havia um planejamento, contudo de maneira menos sistemática, o que não favorecia o desenvolvimento de projetos realmente densos e produtivos. (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/SEMANA-7)

Percebo também que com um enfoque no uso de novas tecnologias em sala de aula, algumas técnicas que já utilizávamos há tempos, ganham novos objetivos e geram maior estímulo ao serem integradas a diferentes tecnologias.

Um exemplo disso é a contação de histórias usando o computador (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/As-centop%C3%A9ias-e-seus-sapatinhos), a apresentação de clips musicais (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com/Anexo-8) e até mesmo a filmagem de encenações das crianças (http://gabrielasargentiestagio.pbworks.com /Brincadeira-da-Maricota) com postagens no You Tube, podem ser assistidas posteriormente a fim de serem apreciadas, comentadas pelos alunos e assim, gerarem novos trabalhos.

Realmente, o estágio foi uma experiência densa e cheia de novidades, mesmo em um processo há muito conhecido! Uma nova maneira de realizar algo que já conhecemos.

Ao reler as postagens em meu portfólio de aprendizagens (http://gabrielapead.blogspot.com/), percebo o quanto o processo de estágio foi complexo e ao mesmo tempo extremamente prazeroso.

Gostaria de destacar a postagem sobre os grupos de trabalho (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/06/o-trabalho-em-pequenos-grupos.html) onde relato como é feito o trabalho em grupo em minha turma, assim como suas implicações.

Quando agrupamos os alunos para o trabalho em pequenos grupos temos como objetivo muito mais que a simples socialização. Queremos um trabalho de cooperação efetiva, além das trocas entre pares e da construção coletiva das aprendizagens. Os alunos possuem responsabilidades dentro de um grupo, e cabe ao professor ser orientador desse processo de construção de identidade e autonomia.

Outro ponto de extrema importância em meu projeto de estagio diz respeito a integração da Literatura Infantil e da Alfabetização (http://gabrielapead.blogspot .com/2010/06/reconstruindo-o-papel-do-livro-de.html). Quando pensei na Arquitetura Pedagógica que gostaria de desenvolver durante o meu estágio, escolhi os Projetos de Ensino, visando uma integração real e efetiva dos conteúdos escolares ao interesse e prazer dos alunos e professor durante o processo de ensino-aprendizagem. E nada melhor que utilizar a Literatura Infantil como pano de fundo para esse processo. Foram inúmeras histórias em diferentes abordagens, utilizando os livros, clips, fantoches, encenações, enfim, diversas possibilidades diante de um mesmo tema. (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/05/os-dedinhos-cantores-semana-3.html).

Outra questão bastante pertinente e que permeou todo o meu planejamento diz respeito às diferenças de níveis de aprendizagem dentro da minha turma e da maneira de conseguir supera-las e fazer com que os alunos avançassem. Um grande aliado nesse sentido foi o uso de atividades diversificadas em sala de aula, respeitando os ritmos e processos individuais dos alunos. (http://gabrielapead.blogspot.com/2010/05/planejamento-do-projeto-de-estagio.html)

Ao pensarmos em atividades diferenciadas podemos acreditar em um trabalho maior, sem muitos resultados, no entanto, ao acreditarmos nessa prática e a colocarmos em uso, percebemos quase instantaneamente os avanços produzidos em nossos alunos. Ao respeitarmos as etapas individuais de cada aluno, estamos demonstrando o quanto nos preocupamos com nossos alunos, em um sentido bastante integral.

O processo é contínuo e envolve mudanças constantes: de atitude, de posicionamento, de conhecimento, de prática. Envolve autocrítica, análise e avaliação constantes. É preciso repensar a prática objetiva e subjetivamente. Cada passo avançado requer consolidação e aceitação interior. Um avanço superficial, sem segurança, não é um avanço real. Ao mudar a prática sem ter absorvido intimamente as convicções e as razões para essa mudança, não suportaremos as críticas dos pais, os comentários dos colegas, nem mesmo, as perguntas dos alunos. Mudanças sem embasamento teórico e convicção pessoal geram insegurança, insatisfação e frustração.


 

EIXO 7

Os conceitos que posso destacar nesse eixo são essencialmente especificidade cultural, exclusão escolar e planejamento.

Quando pensamos em Educação de jovens e adultos ou educação de pessoas surdas ou alfabetização, devemos levar em conta as especificidades dessas modalidades de ensino.

Então, podemos perceber como nos diz Edgar Morin (2001, p. 92):

Na história, temos visto com frequência, infelizmente, que o possível se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar. Mas vimos também que o inesperado torna-se possível e se realiza; vimos com frequência que o improvável se realiza mais do que o provável; saibamos, então, esperar o inesperado e trabalhar pelo improvável.

  Afinal, quando estudamos a história da Educação dos Surdos e da própria Educação de Jovens e Adultos, podemos perceber que o improvável se realiza, afinal, há algumas décadas atrás, quem poderia imaginar que estaríamos lutando pela Inclusão real dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais? Quem poderia imaginar que lutaríamos por uma educação realmente libertadora?

E para tal caminho ser bem sucedido, devemos levar em conta a especificidade cultural dos diferentes membros de nossa comunidade escolar, o que fica muito claro através da pesquisa que realizamos na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos e que investigava justamente os elementos para um trabalho bem sucedido na Educação de Jovens e Adultos, na visão de professores que atuam nessa modalidade. (http://ejagrupo15.pbworks.com/P%C3%B4ster)

Ao pensarmos em um planejamento respeitando as diferenças e abordando assuntos do cotidiano, não podemos deixar de pensar que esse planejamento não é exclusivo da modalidade de EJA, ele é necessário a qualquer modalidade de ensino, uma vez que somente através da contextualização e da politização do ensino poderemos realizar a tão almejada mudança social.

Nesse prisma, professores e professoras tem um papel, sobretudo político e precisam problematizar a educação, buscando o porquê e o para quê do ato educativo;

No entanto, pergunta-se, até que ponto pode-se dizer que esse fazer político está presente no cotidiano escolar? Estamos problematizando as questões ou continuamos nos calando diante das injustiças? Estamos realmente contribuindo para a modificação desse cotidiano homogeneizado, seletivo e excludente?

Será que a simples defesa da inclusão e sua prática efetiva sem discussão e análise de todas suas implicações contribuem efetivamente para o fim da exclusão ou aumenta ainda mais esse aspecto? Quando inserimos um aluno com necessidades educacionais especiais em uma turma regular, estamos praticando inclusão ou estamos fazendo de conta que isso realmente acontece.

Gadotti (1998, p. 74) entende que não há uma educação tão somente reprodutora do sistema e nem uma educação tão somente transformadora desse sistema. Essas duas tendências complementam-se no plano educacional numa perspectiva dialética e conflituosa. Sendo assim:

[...] há uma contradição interna na educação, própria da sua natureza, entre a necessidade de transmissão de uma cultura existente – que é a tarefa conservadora da educação – e a necessidade de criação de uma nova cultura, sua tarefa revolucionária. O que ocorre numa sociedade dada é que uma das duas tendências é sempre dominante.

Portanto, o papel dos profissionais da educação necessita ser repensado. Esses não podem mais agir de forma neutra nessa sociedade do conflito, não podem ser ausentes apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas; não podem mais ser omissos, pois os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais, não com o intuito de inspiração ideológica de suas crenças, mas como alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e que está disposto ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber, dessa forma essencialmente buscando o fim da exclusão escolar.

Concluindo, comunga-se com as palavras de Gadotti (1998, p. 90) que alia ao papel social de professores e professoras esperança em um futuro melhor para a educação brasileira:

Ao novo educador compete refazer a educação, reinventá-la, criar as condições objetivas para que uma educação realmente democrática seja possível, criar uma alternativa pedagógica que favoreça o aparecimento de um novo tipo de pessoas, solidárias, preocupadas em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. Esse novo projeto, essa nova alternativa, não poderá ser elaborado nos gabinetes dos tecnoburocratas da educação. Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível amanhã é somente porque, hoje, ela está sendo pensada pelos educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos educadores já começou. Ela é possível e necessária.

Esperamos que nós os profissionais da educação realmente acreditássemos nessa força que Gadotti nos deposita, e desejemos realmente participar da construção de uma nova educação para um novo mundo.

EIXO 6

Quando iniciamos a produção de nosso Projeto de Aprendizagem anterior, nos agrupamos por interesses de pesquisa e acreditamos que esse foi um dos grandes empecilhos do pleno desenvolvimento do trabalho, afinal, acreditávamos que a falta de envolvimento e amizade pessoal, dificultava a aproximação e integral domínio do trabalho. Pensávamos que se os grupos de trabalho fossem feitos por afinidades pessoais o resultado seria muito melhor, e pudemos constatar durante esse semestre que nem sempre é assim.

Neste eixo, realizamos um novo Projeto de Aprendizagem onde nos agrupamos conforme afinidades pessoais e então pudemos perceber que a dificuldade em realizar o trabalho foi a mesma, afinal o que complica não é o fato de gostarmos ou não das pessoas com as quais estamos realizando a tarefa, mas a dificuldade que temos de trabalhar efetivamente em grupo, até porque não fomos "treinadas" para isso. A grande maioria de nós foi educada em um ambiente que pouco privilegiava situações de grupo, em que todos realmente realizassem seu trabalho com autoria. Normalmente uma pessoa fazia o trabalho e as demais assinavam, ou então, o trabalho era recortado em várias parte e cada componente do grupo ficava responsável por uma delas.

Após recebermos o roteiro para análise, pudemos então refletir sobre o real objetivo deste trabalho e qual sua função no que diz respeito à autoria e ao desenvolvimento pessoal.

Ao revisitar meu projeto, pude compreender seu funcionamento enquanto visitante e não como produtora e pude então ver o quanto devemos estar atentos a esse dois olhares, afinal, um projeto que se apresenta em um local que pode ser acessado e visitado por pessoas do mundo inteiro, deve atentar para essa situação.

Então devemos ter a questão principal muito bem desenvolvida e a todo o momento esta deve ser retomada.

Devemos apresentar de maneira convidativa e atraente as páginas que compõem, ou seja, devemos estar atentas às disposições gráficas com as quais apresentaremos nosso projeto.

Contudo, precisamos estar atentos ao rumo que nosso projeto está tomando. Ao realizarmos as pesquisas temos a tendência a expandir muito o tema que está sendo estudado e tendemos em fugir da resposta real que estamos procurando.

Fazendo uma analogia simples, devemos encarar nosso PA como um produto a ser vendido a um consumidor que ainda não conhecemos e que não conhece nem o produto nem os seus proprietários.

Por essa razão, o trabalho em equipe é primordial, para que haja uma interação e cooperação real entre os participantes, que devem buscar o foco do trabalho, assim como a produção autoral do mesmo.

Acredito que o trabalho com projetos de aprendizagem tem sido o maior desafio apresentado por esse curso universitário, pois favorece a quebra de todos os paradigmas que possuímos no que se refere à educação formal, da maneira como a temos desenvolvido.

Outra atividade que merece destaque foi o filme "Entre os muros da escola", que assistimos e realizamos a análise para a confecção de nosso portfólio final. Após assistirmos ao filme deveríamos escolher uma cena que acolhesse o maior número de conceitos que foram trabalhados durante esse eixo.

O filme sugere um documentário em função de seu realismo e acredito que toque profundamente a todos que o assistem e principalmente a nós professores que vivenciamos situações iguais ou no mínimo muito semelhantes às retratadas.

A cena que escolhi para realizar a análise é a do Conselho de Classe, onde pude identificar vários conceitos trabalhados durante esse semestre, dentre eles inclusão, necessidades educacionais especiais, discriminação, estigma, princípios morais, aprendizagens, convivência, autonomia, desenvolvimento e, especialmente, conflitos.

EIXO V

"As escolas, fazendo que os homens se tornem verdadeiramente humanos, são sem dúvida as oficinas da humanidade." (Comenius)


 

Quando analiso escola com instituição pública, logo me remeto às questões relacionadas à Gestão Democrática, que tanto estudamos e debatemos durante o eixo 5 nas diversas Interdisciplinas.

Devemos pensar primeiramente, nos integrantes da escola, de todos os participantes da comunidade escolar, que fazem parte de sua história, organização e gestão. Mesmo que não participando ativamente das decisões, participam de forma efetiva da sistematização dos eventos promovidos nesta instituição.

Outro aspecto importante a ser ressaltado diz respeito aos documentos que fazem parte dessa instituição, destacando em especial, o Regimento Escolar e o PPP, conforme podemos ratificar com relato feito em meu blog (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/projeto-poltico-pedaggico.html).

Devemos pensar nesses documentos como guias, como norteadores dos objetivos a serem desenvolvidos e alcançados por um grupo de pessoas, que trabalha e participa ativamente das decisões tomadas, conforme relato em meu blog das ações que temos conquistado em nossa escola (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/por-que-elaborar-e-executar-um-ppp.html)

A elaboração e efetivo cumprimento e desenvolvimento destes documentos é que dá vida e personalidade à escola, enquanto espaço de transformação social e produção de conhecimento.


 

"Dizem que nós, seres humanos, somos animais racionais. Nossa crença nessa afirmação, nos leva a menosprezar as emoções e a enaltecer a racionalidade, a ponto de querermos atribuir pensamento racional a animais não-humanos, sempre que observamos neles comportamentos complexos. Nesse processo, fizemos com que a noção de realidade objetiva, se tornasse referência a algo que supomos ser universal e independente do que fazemos, e que usamos como argumento visando a convencer alguém, quando não queremos usar a força bruta." (extraído do livro "A Ontologia da Realidade" de Humberto Maturana - Ed. UFMG, 1997)


 

Os estudos realizados na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta, constribuiram em muito para o entendimento do desenvolvimento humano como um todo, e foram bastante enriquecidos pelas discussões de foro profissional que foram sendo realizadas nas outras interdisciplinas.

Quando fazemos a análise da escola como um espaço de convívio, não conseguimos excluir os conflitos.

Apresentamos conflitos com colegas de trabalho, de sala de aula, divergências de opiniões, autoritarismo e excesso de arbitrariedades e injustiças. Vemos decisões sendo tomadas levando-se em conta apenas aspectos pessoais, sendo desprezados as questões profissionais, assim como vemos privilégios sendo oferecidos a pessoas sem as qualificações necessárias a tal providência.

Neste eixo estávamos vivendo um momento muito difícil em minha escola, acredito que boa parte das escolas estaduais também estivesse vivendo esse impasse que foi a Greve. Essa questão trouxe à tona inúmeras dificuldades de relacionamento que até então eram mantidas em sigilo. Pudemos ver a expressão de questões pessoais misturadas às questões políticas e nos "agredimos" muito. (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/greve-que-bicho-esse.html)

Segundo Maturana, 1997,

Uma cultura é, para os membros da comunidade que a vivem, um âmbito de verdades evidentes que não requerem justificação e cujo fundamento não se vê nem se investiga, a menos que, no devir dessa comunidade, surja um conflito cultural que leve a tal reflexão. Esta última é nossa situação atual.


 

Acredito que esta afirmação relacione-se diretamente à situação vivida em minha escola, onde surgiu então, um conflito cultural que necessitou ser justificado e refletido.

Retomando os estudos realizados na Interdisciplina de Psicologia afirmo que o desenvolvimento do ser humano acontece a partir de suas interações com o meio no qual vive e nas trocas que acontecem com esse meio.

Posso, portanto, afirmar que o adulto só aprende resolvendo problemas e atuando diretamente sobre eles, ou seja, pensando, formulando hipóteses, lançando soluções.

Quando iniciamos as atividades neste semestre com a proposta de um Projeto de Aprendizagem, confesso que fiquei um tanto confusa quanto a validade deste processo e sua real intencionalidade e resultado. Realizei algumas pesquisas sobre o tema e fiz postagem em meu blog sobre o assunto. (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/projetos-de-aprendizagem.html)

Ao iniciarmos a abordagem do tema que seria desenvolvido por nós, realizamos uma série de questionamentos e certezas temporárias, entretanto, com o passar do tempo e dos estudos, percebemos que nossa grande dúvida inicial, na verdade estava equivocada, e modificamos seu enfoque, conforme pode ser observado em nossa página de discussões em nosso wiki (http://empatia.pbwiki.com/Discussoes).

Esse processo de ir e vir, sempre questionando e retomando as certezas que já possuímos, através de pesquisas e interações com outros membros do grupo enriquece o trabalho assim como nossas aprendizagens.

Percebo que uma grande dificuldade encontrada durante o trabalho foi, também, por mais contraditório que isso possa parecer o trabalhar em grupo. Saber ouvir, respeitar as diferentes opiniões sobre os assuntos e os diferentes ritmos de trabalho.

Contudo, nisso está, também, a grande riqueza deste processo, que não finda, afinal, quando conseguimos dirimir uma dúvida, logo surgem outras e outras certezas precisam ser comprovadas ou derrubadas. A diversidade cultural existente em nosso grupo (http://empatia.pbwiki.com/EQUIPE) em muito contribuiu para esse trabalho.

Outro aspecto relevante a ser destacado é a construção dos mapas conceituais. Percebi nossa dificuldade pessoal em inter-relacionar conceitos, primeiramente até em defini-los. No entanto, esse também é um exercício que exige aperfeiçoamento e dedicação e percebemos claramente isso ao analisarmos a produção de nosso primeiro mapa conceitual (http://empatia.pbwiki.com/MAPA+1) e o nosso mapa "final", digo isso, em função de nosso projeto ainda não estar totalmente acabado. (http://empatia.pbwiki.com/MAPA+2A)

Ao estabelecermos a conexão entre os Projetos de Aprendizagem e nossas escolas podemos prever um ambiente muito mais enriquecedor em termos de aprendizagem, afetuosidade, trocas e inter-relações.

Acredito que é uma maneira de fortalecer os vínculos profissionais e pessoais além de romper com uma ótica positivista e tradicional, onde só existe uma forma de conhecimento aceitável e que ela está presente na figura do professor.

4.12.10

EIXO 4

Durante o eixo 4 a ferramenta principal de trabalho foi o pbworks, poucas atividades e análises foram postadas no blog.

Destaco especialmente a postagem realizada como análise da apresentação e fundamentação teórica do portfólio final do eixo anterior, que teve papel fundamental na tomada de consciência da importância do registro e da análise de evidências.

Lembro da atividade da presencial de Seminário Integrador com a "análise do Lixo", digno de um episódio de C.S.I., onde tínhamos que partir das evidências e formular hipóteses e afirmações sobre os donos desse material.

A interdisciplina de Matemática nos trouxe uma gama variada de materiais e abordagens, e tivemos um intenso calendário de atividades a serem desenvolvidas. Destaque especial para as atividades on-line. É uma lástima que nesse período meus alunos ainda não tivessem acesso ao Laboratório de Informática da escola, pois muitos jogos e intervenções matemáticas poderiam ter sido feitas na prática informatizada, contudo, ainda no meu estágio tive a oportunidade de utilizar algumas ferramentas, como a Torre de Hanói, entre outras atividades sugeridas.

Na interdisciplina de Estudos Sociais, retomamos o estudo de Paulo Freire, com a releitura do livro Pedagogia do Oprimido, já estudado em outro semestre na interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade. Dentre as principais atividades temos o estudo sobre os Tempos, conjuntamente com o Seminário Integrador, onde fizemos uma análise quantitativa e qualitativa do uso de nosso tempo.

Mas creio que as atividades práticas propostas pela interdisciplina de Ciências Naturais foram o ponto alto do semestre, com destaque especial a atividade de Luz e Sombra. Nessa atividade foram confeccionadas diferentes figuras geométricas em papel preto e branco e fomos para o pátio da escola, fazer sombra... Testamos nossos conhecimentos e pré-conceitos sobre o assunto, o que mereceu uma postagem reflexiva em meu blog (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/07/luz-sombra.html). A partir de atividades práticas, elaboramos o conceito de sombra, e percebo que dificilmente as crianças esquecerão esse estudo, uma vez que o vivenciaram ativamente, o que seria diferente de copiar e pensar sobre o conceito em si.

Percebo que esse é o diferencial do PEAD, a realização prática de atividades, tanto com os professores (atuais estudantes) como com a aplicação com os alunos, o que nos possibilitou estudar in loco o que realmente acontecia durante o processo de ensino-aprendizagem. Um curso totalmente voltado para a prática profissional sem esquecer ou menosprezar a teoria.

EIXO 3

A palavra para definir o eixo 2 é PRAZER!!!

Prazer em estudar, aprender, ensinar...

A interdisciplina de Literatura nos auxiliou bastante na exploração de diferentes técnicas para exploração literária, além das tipologias textuais. Apreciamos tanto o trabalho que até mesmo criamos um grupo que teve vários encontros para contação de histórias, ou seja, nos reuníamos entre colegas para contar e ouvir histórias infantis.

Complementando a literatura brincamos bastante na interdisciplina de Ludicidade. Em aulas totalmente interativas pudemos comprovar que o brincar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento humano, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento. Como afirmam as autoras:

Brincar exige troca, de pontos de vista, o que leva a criança a observar os acontecimentos sob várias perspectivas, pois sozinha ela pode dizer e fazer o que quiser [...] mas, num grupo, diante de outras pessoas, percebe que deve pensar aquilo que vai dizer, que vai fazer, para que possa ser compreendida (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000a, p. 14).

Colocamo-nos, então, como aprendizes ensinantes enquanto brincávamos e depois utilizamos essa experiência extremamente rica em nossas turmas e relatávamos essas experiências nos Fóruns do ROODA.

Dentre as atividades mais significativas do semestre destaco a criação e elaboração do Inventário Criativo, que integrava perfeitamente as interdisciplinas do eixo, com enfoque especial ao Teatro, Literatura, Ludicidade e Artes Visuais.

EIXO 2

O eixo 2 foi de extrema expectativa da minha parte, afinal como trabalho com alfabetização e teríamos a interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização, acreditava que possibilitaria a discussão e aprendizagem de inúmeras questões que ainda hoje me angustiam.

Lembro-me com clareza da aula inaugural da interdisciplina em que a professora nos apresentou um alfabeto árabe e nos fez "ler" palavras, fazendo a correspondência entre letras e figuras. O objetivo era nos relembrar a etapa tão importante e difícil de alfabetização a qual todos nós já passamos há muito tempo. Senti-me realmente analfabeta e pude colocar-me no lugar de meus alunos em seus primeiros dias escolares.

Dentre as principais aprendizagens, destaco os estudos sobre alfabetização, em especial com o estudo do livro: A psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberoski, especialmente a testagem que fizemos com um de nossos alunos, assim como a discussão desse teste com nossos colegas, professores e tutores.

A interdisciplina de Psicologia I, complementou o semestre pois nos ajudou muito a compreender sobre o desenvolvimento cognitivo de nossos alunos, com o estudo sobre as principais linhas psicológicas, com destaque para o estudo sobre Freud – assistimos a um filme sobre sua vida onde pudemos visualizar melhor sua técnica de terapia com sua fase hipnótica e posterior com a análise dos sonhos.

Revisando as atividades desenvolvidas durante o semestre, destaco a criação de nosso primeiro pbworks, com a criação da página da nossa sala de aula. Lembro-me das dificuldades que enfrentei para realizar essa atividade, afinal na época trabalhava em uma escola que atende os internos cumprindo medidas sócio-educativas, portanto, não existe uma "sala de aula" nos moldes convencionais, que conhecemos e concebemos. A sala que tínhamos ou era totalmente gradeada e desprovida de qualquer recurso visual/material, ou era o refeitório dos adolescentes, com aquelas mesas compridas de fórmica...

Contei com a ajuda de minha maravilhosa amiga e comadre Patrícia que me cedeu sua sala de aula e permitiu que fizesse meu trabalho baseado nessa sala.

Outra atividade importantíssima foi a de entrevistas que realizamos com nossos alunos e seus familiares. Foi muito difícil conseguir criar os gráficos e fazer a tabulação dos dados recolhidos. Recordo da surpresa que tive ao constatar que as brincadeiras preferidas das crianças não haviam mudado muito com relação à de seus pais.

27.11.10

EIXO 1

Ao iniciar a leitura de meu blog para fazer a análise em um primeiro momento fiquei bastante emocionada, afinal, ali está o registro de toda a caminhada do PEAD.

Recordei o primeiro dia de aula, quando criamos nossos blogs e colocamos nossas fotos, que foram tiradas lá mesmo pelas tutoras e professoras. Lembrei o quanto foi difícil aquele primeiro momento, o sentimento de insegurança diante do novo, o quanto estávamos extremamente ansiosas e inseguras, afinal um curso à distância estava recheado de pré-concepções e falsas idéias.

Várias pessoas pensaram em desistir, diante daquele primeiro contato com o computador e diversos novos conceitos e termos: blogs, e-mail, ROODA, redes de interação, TIC'S,... Enfim, um novo Universo estava diante de nós!

As primeiras postagens de meu blog são imensamente supérfluas, ou melhor, informativas e desconexas ao que realmente estava acontecendo em minha trajetória enquanto professora e estudante. Percebo que utilizei muito o blog para postagens de boas-vindas, bom final de semana, ou para realizar atividades solicitadas nas interdisciplinas, especialmente ECS – Escola Cultura e Sociedade, que foi uma interdisciplina que nos levou a refletir sobre os tipos de escola que tínhamos a partir de modelos sociológicos (GABRIELA PEAD: ECS 6 - WEBER II), além de termos estudado e discutido diversos sociólogos, que apesar de "antigos" nos trazem ideais bastante contemporâneos.

Outra interdisciplina de extrema importância nesse eixo foi Educação e Tecnologia da Informação e Comunicação que cumpriu um importantíssimo papel, nos desafiando a explorar as ferramentas tecnológicas e a cumprir tarefas, naquele momento, talvez impossíveis. Destaco a confecção do Jornal Virtual que foi uma das atividades de maior complexidade deste Eixo visto que não tínhamos domínio quase algum das possibilidades tecnológicas que hoje, acredito, estejam bastante alicerçadas em nossa prática cotidiana e profissional. Uma atividade que auxiliou nesse momento de descoberta e procura de significados, foi a visita a diversos sites e blogs educacionais proposto por essa interdisciplina em uma das atividades.

Não poderia deixar de destacar o Seminário integrador, na presença das professoras Bia e Íris, que nos auxiliou e muito nos primeiros passos assim como nos fortificou e impediu que desistíssemos diante das inúmeras dificuldades encontradas. Destaco especialmente a atividade de descrição pessoal que realizamos de nossas vidas pessoais e profissionais (GABRIELA PEAD: Atividade 1)

23.6.10

O trabalho em pequenos grupos

Um grupo é constituído de diferentes pessoas que se movimentam em torno de necessidades comuns em busca de um objetivo específico. Nesta busca troca-se o "sentar junto", numa forma espacial, por ser membro participante e um grupo. Isto é, assumir-se como participante, exercendo sua fala, sua opinião, seu silêncio e defendendo seus pontos de vista.

Num grupo, mesmo que todos os membros estejam em busca de um objetivo comum, cada um é um ser diferente, tendo sua própria identidade. É nessa prática diferenciada que cada sujeito vai projetando o Outro dentro de si.

Segundo Wallon, o indivíduo é um ser geneticamente social: "Somos gente porque somos habitados por um Outro, que é gerado no pertencimento a grupos. O Outro é a nossa identidade, criado porque dispomos de um sistema de representação". São as experiências grupais com os outros que dão vida e consistência ao Outro que nos faz pessoa.

Desmistificando o trabalho em grupo como algo que objetiva apenas a socialização, enfrentamos um desafio maior que é a "construção do grupo" e sua real função no processo de aprendizagem.

Em minha turma o processo de construção dos grupos ocorreu a partir do embasamento da proposta de formação de "grupos áulicos", elaboradas pelo GEEMPA.

Após um pequeno período quando as crianças tiveram a oportunidade de agrupar-se livremente, para um primeiro conhecimento social, foi proposta a formação de grupos diferentes e permanentes por um determinado período.

Discutimos então, o papel do chefe de grupo, uma vez que este é um elemento importante que coordena o grupo sem exercer autoritarismo.

Normas como estas caracterizam para as crianças a função de chefe do grupo:

"- Não mandar nos outros e nem brigar."

"- Cuidar que um grupo não fale muito alto para não atrapalhar os outros."

"- Ser amigo de todos."

Partimos então para a escolha dos chefes dos grupos. Foi realizada uma votação oralmente, em que eu servi de escriba para os alunos, escrevendo os nomes dos votados e quantidade de votos no quadro. Cada um escolheu aquele colega que gostaria que fosse o chefe de seu grupo. Sabe-se que nessa faixa etária, a afetividade está bastante presente, e que a criança ainda não tem critérios estabelecidos sobre perfil de chefe de grupo, apesar de ter sido trabalhado. Sendo assim, suas escolhas na maioria das vezes recai em alguém com quem se relacione melhor em sala de aula.

Dando continuidade ao processo, após todos votarem, fizemos a contagem. Os alunos mais votados, na verdade os cinco mais votados (formamos 5 grupos de 5 alunos) escolheram entre os demais, aquele que gostariam que pertencesse ao grupo.

A escolha continuou agora em duplas, e assim sucessivamente.

É interessante como as crianças surpreendem! Na lógica do professor, os alunos iriam aceitar o convite de participação. Entretanto, houve crianças que disseram não a alguns convites, preferindo participar de outro grupo. É o exercício da democracia e da livre escolha acontecendo.

Grupos formados, a tarefa seguinte é a escolha dos nomes dos grupos. Entusiasmadas, chegam a um acordo e expressam a todos o nome do grupo e o porquê da escolha:

- Grupo Ben10 – porque é nosso desenho favorito;

- Grupo Coração – o coração é bonito e é nossa vida;

- Grupo Poderosas – porque somos fãs da Meninas Super Poderosas;

- Grupo do Grêmio – porque somos todos gremistas;

- Grupo Amizade – porque somos todos amigos;

Os grupos não são estáticos, ao longo do ano letivo, ocorrem novas eleições.

O trabalho em grupo possibilita que cada criança com sua individualidade, pertença a um coletivo, no qual tem um papel a desempenhar.

É através do diálogo, da socialização do saber e das trocas que se dá a aprendizagem.

16.6.10

Reconstruindo o papel do livro de histórias

Meu projeto de estágio está baseado principalmente na leitura e exploração de livros de literatura infantil.

Ler e contar histórias são atividades sempre presentes em meu trabalho enquanto professora. Enquanto lemos uma história, do interesse da criança podemos perceber como ela fica atenta e solicita que a contemos diversas vezes.

Esse encantamento pelas histórias justifica-se pelo fato de que as crianças vivenciam sentimentos e emoções passadas através das personagens. Os contos de fadas têm a peculiaridade de transportar as crianças para um universo fantástico e, assim, tratar conflitos relacionados com abandono, competitividade, insegurança, medo, etc., trazendo sempre uma solução no final. Também, através das histórias, as crianças ampliam seus conhecimentos, pois seu enredo trata formas diferentes de pensar, agir e ser.

A literatura infantil deve proporcionar à criança acesso àquilo que é significativo para ela neste estágio do desenvolvimento. Portanto, uma história deve: "estimular a imaginação, ajudá-la a desenvolver seu intelecto e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir solução para os problemas que a perturbam" (BETTELHEIM, 1979).

Estes aspectos contribuem significativamente para o desenvolvimento infantil. Entretanto, há outro aspecto a ser considerado: o desenvolvimento da linguagem e da alfabetização a partir dos livros de história.

As histórias podem ser contadas ou lidas de diversas maneiras: oralmente; através de montagem com gravuras; com teatro de bonecos; através de "cineminha",...

Contudo, se quisermos desenvolver a linguagem escrita, é necessário que utilizemos o livro de histórias, lendo-o em voz alta para as crianças. É lendo que permitiremos que as crianças identifiquem a palavra escrita e descubram que se lê nas letras e não nos desenhos, como é sua hipótese inicial. Além disso, a leitura de histórias permite que as crianças diferenciem a linguagem falada da escrita.

A leitura não é apenas um hábito ou uma técnica, mas uma construção do sujeito que aprende, envolvendo seus desejos, sua inteligência, sua cultura, etc.

Referências:

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

22.5.10

OS DEDINHOS CANTORES - SEMANA 3

Vejam só que lindinhos os dedinhos!!!

Essa semana trabalhei com o Livro: Os dez amigos, do Ziraldo, e além das brincadeiras do Pezico e Pezaco, dos Homenzinhos, De Quem Mora?, que fazemos usando os dedinhos das mãos, também assistimos ao vídeo.

O legal é que podemos trabalhar com os nomes dos dedos. Esse vídeo traz os nomes "populares". Podemos então fazer um paralelo de outras coisas que tem nomes "corretos" e "populares", ou até mesmo, explorar a questão da maneira com que falamos, o jeito que falamos e como escrevemos.

Enfim! Mais um recurso divertido!

Meus alunos, que são pequeninos, adoraram brincar com os dedinhos!

Uso de vídeo para inovação em sala de aula – semana 2

Nessa segunda semana de estágio curricular, decidi complementar minha proposta com o uso de um vídeo do youtube. Sei que para alguns parecerá uma banalidade, afinal, nosso curso vem nos incentivando a fazer isso já há 4 anos, contudo, em função das dificuldades em utilizar o Laboratório de Informática da escola, nunca havia utilizado esse recurso.

Estava trabalhando com as crianças uma música do Palavra Cantada, A borboleta e a lagarta e descobri um vídeo que ilustrava essa canção. Os alunos assistiram e ficaram totalmente encantados.



Para essa atividade, levei meu notebook (adquirido recentemente) para a sala de aula. Sentamos no chão da sala, fechamos as cortinas e apagamos as luzes. Foi uma coisa relativamente simples, contudo, perceber o encantamento das crianças, não só pela máquina em si, mas também pelo recurso que esta estava apresentando!

Continuamos o trabalho sobre a lagarta e a borboleta e encontrei mais um vídeo: uma animação, toda feita de massinha de modelar, que mostra as diferentes fases que a lagarta passa enquanto realiza a metamorfose para borboleta. Mais uma vez, encantamento e curiosidade a mil!




Percebi que a introdução desses vídeos em muito contribuiu para o entendimento do conteúdo, além de torná-lo muito mais interessante e atraente para os alunos.

Outro aspecto foi a intensidade do interesse, que foi bastante aumentado, ou seja, as crianças ficaram interessadas durante muito mais tempo no assunto!

Pretendo utilizar essa prática com mais frequência!

12.5.10

ATIVIDADES DIVERSIFICADAS – SEMANA 1

É comum os profissionais de educação falarem atualmente sobre atividades diversificadas. Mas colocá-las em prática é muito raro.

Sempre ouço colegas comentando que atividades diversificadas fazem com que percam o controle da turma, além de exigirem um planejamento mais extenso por parte do professor. Por isso, acham melhor trabalhar com a turma sentadinha, cada um em sua cadeira, com o seu material. Preferem preparar um mesmo tipo de atividade para todos os alunos, apesar de saberem que algumas crianças se frustrarão por não conseguirem resolvê-la. E, ale de tudo, alegam que os educadores que adotam uma prática mais democrática, na qual o aluno tem liberdade de construir seu conhecimento, são arrastados pela utopia de uma educação que só existirá em sonho.

Essas colocações a princípio me chocavam, mas à medida que o tempo passa, tenho oportunidades de experimentar, trocar experiências e perceber que o caminho é esse, e não o inverso.

Se acreditarmos efetivamente numa prática libertadora e encararmos a Educação como um processo que inicia desde que a criança nasce, e que elas têm o direito de ser o centro desse processo e o sujeito de sua aprendizagem, devemos lutar para que a educação tome outro rumo.

Sendo assim, as atividades propostas devem ser criativas, estimulantes e democráticas, para que haja troca de experiências com consonância.

Tomei a iniciativa de trabalhar com atividades diversificadas especialmente quando percebi que algumas crianças estavam desinteressadas, porque se encontravam num nível mais avançado e as atividades propostas eram as mesmas para todos os alunos.

Percebi claramente nessa primeira semana de estágio curricular, que ao desafia igualmente a todas as crianças, muitas permanecem estagnadas em seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que o desafio para elas não é estimulante ou inovador, portanto, não exige pensamento, abstração e resolução de questionamentos, leva simplesmente a uma mera execução de atividade.

Necessito aprimorar meu planejamento para as próximas semanas, a fim de modificar essa situação.

PLANEJAMENTO DO PROJETO DE ESTÁGIO

Quando iniciei o planejamento de meu projeto de estágio muitas perguntas vieram à mente: Quero mudar minha prática, mas como? Preciso conhecer cada aluno, mas como fazê-lo numa turma grande? Como é possível trabalhar de maneira diferenciada, estimulando o crescimento de meus alunos? Como articular os conhecimentos necessários à minha proposta de projeto?...

Essas perguntas e muitas outras surgem quando nos defrontamos com a questão de mudar nossa prática educativa. Acredito que as respostas não podem existir em forma de receitas para serem distribuídas a todo o mundo.

Se quiser uma educação mais diversificada e individualizada, precisarei descobrir minhas respostas!

O processo é contínuo e envolve mudanças constantes: de atitude, de posicionamento, de conhecimento, de prática. Envolve autocrítica, análise e avaliação constantes. É preciso repensar a prática objetiva e subjetivamente. Cada passo avançado requer consolidação e aceitação interior. Um avanço superficial, sem segurança, não é um avanço real. Ao mudar a prática sem ter absorvido intimamente as convicções e as razões para essa mudança, não suportaremos as críticas dos pais, os comentários dos colegas, nem mesmo, as perguntas dos alunos. Mudanças sem embasamento teórico e convicção pessoal geram insegurança, insatisfação e frustração.

Portanto, a atitude interior, acreditar no que está propondo, é muito mais importante do que a prática exterior, pois é somente através da crença de um bom trabalho, que dará resultados, que auxiliará a alcançar os objetivos propostos é que está a chave do sucesso de um planejamento inovador e diferenciado.