15.12.10

EIXO V

"As escolas, fazendo que os homens se tornem verdadeiramente humanos, são sem dúvida as oficinas da humanidade." (Comenius)


 

Quando analiso escola com instituição pública, logo me remeto às questões relacionadas à Gestão Democrática, que tanto estudamos e debatemos durante o eixo 5 nas diversas Interdisciplinas.

Devemos pensar primeiramente, nos integrantes da escola, de todos os participantes da comunidade escolar, que fazem parte de sua história, organização e gestão. Mesmo que não participando ativamente das decisões, participam de forma efetiva da sistematização dos eventos promovidos nesta instituição.

Outro aspecto importante a ser ressaltado diz respeito aos documentos que fazem parte dessa instituição, destacando em especial, o Regimento Escolar e o PPP, conforme podemos ratificar com relato feito em meu blog (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/projeto-poltico-pedaggico.html).

Devemos pensar nesses documentos como guias, como norteadores dos objetivos a serem desenvolvidos e alcançados por um grupo de pessoas, que trabalha e participa ativamente das decisões tomadas, conforme relato em meu blog das ações que temos conquistado em nossa escola (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/por-que-elaborar-e-executar-um-ppp.html)

A elaboração e efetivo cumprimento e desenvolvimento destes documentos é que dá vida e personalidade à escola, enquanto espaço de transformação social e produção de conhecimento.


 

"Dizem que nós, seres humanos, somos animais racionais. Nossa crença nessa afirmação, nos leva a menosprezar as emoções e a enaltecer a racionalidade, a ponto de querermos atribuir pensamento racional a animais não-humanos, sempre que observamos neles comportamentos complexos. Nesse processo, fizemos com que a noção de realidade objetiva, se tornasse referência a algo que supomos ser universal e independente do que fazemos, e que usamos como argumento visando a convencer alguém, quando não queremos usar a força bruta." (extraído do livro "A Ontologia da Realidade" de Humberto Maturana - Ed. UFMG, 1997)


 

Os estudos realizados na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta, constribuiram em muito para o entendimento do desenvolvimento humano como um todo, e foram bastante enriquecidos pelas discussões de foro profissional que foram sendo realizadas nas outras interdisciplinas.

Quando fazemos a análise da escola como um espaço de convívio, não conseguimos excluir os conflitos.

Apresentamos conflitos com colegas de trabalho, de sala de aula, divergências de opiniões, autoritarismo e excesso de arbitrariedades e injustiças. Vemos decisões sendo tomadas levando-se em conta apenas aspectos pessoais, sendo desprezados as questões profissionais, assim como vemos privilégios sendo oferecidos a pessoas sem as qualificações necessárias a tal providência.

Neste eixo estávamos vivendo um momento muito difícil em minha escola, acredito que boa parte das escolas estaduais também estivesse vivendo esse impasse que foi a Greve. Essa questão trouxe à tona inúmeras dificuldades de relacionamento que até então eram mantidas em sigilo. Pudemos ver a expressão de questões pessoais misturadas às questões políticas e nos "agredimos" muito. (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/greve-que-bicho-esse.html)

Segundo Maturana, 1997,

Uma cultura é, para os membros da comunidade que a vivem, um âmbito de verdades evidentes que não requerem justificação e cujo fundamento não se vê nem se investiga, a menos que, no devir dessa comunidade, surja um conflito cultural que leve a tal reflexão. Esta última é nossa situação atual.


 

Acredito que esta afirmação relacione-se diretamente à situação vivida em minha escola, onde surgiu então, um conflito cultural que necessitou ser justificado e refletido.

Retomando os estudos realizados na Interdisciplina de Psicologia afirmo que o desenvolvimento do ser humano acontece a partir de suas interações com o meio no qual vive e nas trocas que acontecem com esse meio.

Posso, portanto, afirmar que o adulto só aprende resolvendo problemas e atuando diretamente sobre eles, ou seja, pensando, formulando hipóteses, lançando soluções.

Quando iniciamos as atividades neste semestre com a proposta de um Projeto de Aprendizagem, confesso que fiquei um tanto confusa quanto a validade deste processo e sua real intencionalidade e resultado. Realizei algumas pesquisas sobre o tema e fiz postagem em meu blog sobre o assunto. (http://gabrielapead.blogspot.com/2008/11/projetos-de-aprendizagem.html)

Ao iniciarmos a abordagem do tema que seria desenvolvido por nós, realizamos uma série de questionamentos e certezas temporárias, entretanto, com o passar do tempo e dos estudos, percebemos que nossa grande dúvida inicial, na verdade estava equivocada, e modificamos seu enfoque, conforme pode ser observado em nossa página de discussões em nosso wiki (http://empatia.pbwiki.com/Discussoes).

Esse processo de ir e vir, sempre questionando e retomando as certezas que já possuímos, através de pesquisas e interações com outros membros do grupo enriquece o trabalho assim como nossas aprendizagens.

Percebo que uma grande dificuldade encontrada durante o trabalho foi, também, por mais contraditório que isso possa parecer o trabalhar em grupo. Saber ouvir, respeitar as diferentes opiniões sobre os assuntos e os diferentes ritmos de trabalho.

Contudo, nisso está, também, a grande riqueza deste processo, que não finda, afinal, quando conseguimos dirimir uma dúvida, logo surgem outras e outras certezas precisam ser comprovadas ou derrubadas. A diversidade cultural existente em nosso grupo (http://empatia.pbwiki.com/EQUIPE) em muito contribuiu para esse trabalho.

Outro aspecto relevante a ser destacado é a construção dos mapas conceituais. Percebi nossa dificuldade pessoal em inter-relacionar conceitos, primeiramente até em defini-los. No entanto, esse também é um exercício que exige aperfeiçoamento e dedicação e percebemos claramente isso ao analisarmos a produção de nosso primeiro mapa conceitual (http://empatia.pbwiki.com/MAPA+1) e o nosso mapa "final", digo isso, em função de nosso projeto ainda não estar totalmente acabado. (http://empatia.pbwiki.com/MAPA+2A)

Ao estabelecermos a conexão entre os Projetos de Aprendizagem e nossas escolas podemos prever um ambiente muito mais enriquecedor em termos de aprendizagem, afetuosidade, trocas e inter-relações.

Acredito que é uma maneira de fortalecer os vínculos profissionais e pessoais além de romper com uma ótica positivista e tradicional, onde só existe uma forma de conhecimento aceitável e que ela está presente na figura do professor.

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